E a alfabetização?

Sou capaz de alfabetizar o meu filho em casa? Quais os melhores métodos de alfabetização?

Tanto a experiência passada e atual dos pais, como estudos realizados por institutos educacionais, tem demonstrado que pais não precisam ter cursos de pedagogia ou formação de professor para prepararem os seus filhos para a alfabetização, e mesmo para ensinarem, eles mesmos, seus filhos a ler. Mesmo num passado recente em nosso próprio país, a entrada nas escolas só acontecia a partir dos sete anos de idade, e as crianças recebiam instrução alfabética dos pais ou da parte de irmãos mais velhos, normalmente com o auxílio de alguma cartilha simples que mostrava as letras e associavam-na ao som inicial de uma palavra, e prosseguia mostrando a formação das sílabas, e os sons especiais dos dígrafos, ditongos nasais, e alguns outros. Com essa simples instrução as crianças aprendiam, naturalmente, e no contexto informal do lar, a decodificar os sons e ler suas primeiras palavras antes mesmo de adentrarem no contexto escolar, quando iriam se aprofundar nas regras da fonética e da gramática. Há fortes evidências baseadas em relatos e pesquisas, de que os adultos assim ensinados se tornavam mais proficientes em nossa língua do que as crianças de nossos dias que adentram as pré-escolas muito cedo.

Seria de se esperar que as crianças de hoje aprendessem a ler mais cedo e se tornassem adultos bem letrados, não é mesmo? Mas o inverso tem acontecido, e creio que isso ocorre em grande parte devido a um problema no método atual utilizado na maioria das escolas públicas e privadas de nosso país , que é chamado de método global de leitura, em que a criança deve aprender a relacionar a palavra inteira com o seu significado, ao invés de começar com os sons e aprender a juntá-los e decodificá-los em sílabas e palavras.

Esse método, embora em alta em nosso país atualmente e exaltado pela pedagogia construtivista, já foi testado há mais de trinta anos nos Estados Unidos, por exemplo, onde veio a substituir o ensino fônico nas principais escolas públicas e privadas como a nova moda na área da alfabetização. Mas o seu fracasso em produzir adultos letrados tem demonstrado claramente a educadores e pais que trata-se de um método inferior ao fônico. Na realidade, a leitura global é apenas uma etapa posterior à aquisição do princípio alfabético e da decodificação, sempre utilizada por crianças e adultos em estágios mais avançados de letramento, mas ela é mais eficiente e apropriada posteriormente à leitura fônica. Ela é deficiente, contudo, como método primário de leitura.

Há indicações de que a mesma crítica se aplica ao método silábico que, embora mais eficiente que o método global, seria melhor entendido e utilizado como uma etapa posterior ao aprendizado dos sons individuais das vogais e consoantes. Assim, os pedagogos que estão em busca dos métodos mais eficientes e baseados nas melhores pesquisas científicas têm novamente voltado os olhos para o antigo, tradicional e depreciado método fônico, buscando resgatar seus princípios e reaprender a sua metodologia de ensino.

M.H.S.

Para ler o texto completo, visite o blog www.educacao-domiciliar.com
Entrevista com Fernando Copovilla, professor da USP, que fala AQUI sobre alfabetização no Brasil
Sobre Alfabetização Domiciliar, ler também AQUI.

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